Quarta-feira, 4 de Novembro de 2009

O Tao e Padre António Vieira

“Está a imensidade de Deus no mundo e fora do mundo, está em todo o lugar e onde não há lugar, está dentro sem se encerrar e está fora sem sair, porque sempre está em si mesmo. O sensível e o imaginário, o existente e o possível, o finito e o infinito, tudo enche, tudo inunda. Por onde se estende e até onde? Até onde não há onde: sem termo, sem limite, sem horizonte, sem fim.”

                               Sermão de Nossa Senhora do Ó, Salvador da Baía, 1640

 

“No início, era o nada e dentro desse nada estava o Tao que deu origem a tudo quanto existe. Assim surgiu o universo ainda sem forma. Depois, gradualmente, os seres começaram a ter existência. A massa amorfa foi-se dividindo e surgiu uma cadeia ininterrupta de processos que vieram a constituir o que chamamos vida. Criaram-se então todos os seres pela harmonia entre as forças da estabilidade (Terra) e do movimento (Céu.)

(…) O universo como tal é a expressão do absoluto. Tudo muda ao longo do tempo, no decurso da evolução, de acordo com o que começa e o que acaba. O conhecimento ensina que as coisas mudam de aspecto e que o absoluto transforma-se em relativo. Esbate-se, por isso, a distância entre o grande e o pequeno, entre o que vem antes e o que vem depois, numa cadeia que não tem fim.”

                                                         Livro de Zhuangzi, cap. 3.

Misteriosamente formado,

Nascido antes do Céu e da  Terra,

permanece solitário, imutável,

no silêncio do vazio,

sempre presente, sempre em movimento,

talvez a mãe de tudo debaixo do céu.

Não sei o seu nome,

vou chamar-lhe Tao.

                                                                       Tao Te Ching, cap. 25

 

 

O objecto principal do pensamento chinês é a procura da harmonia, coerência, equilíbrio com o Tao. Harmonia nas relações dos homens entre si e na sua sintonia com os ritmos do Universo.

A harmonia dos laços que nos unem e a sua sintonia com os ritmos do universo são as grandes raízes da nossa felicidade e do nosso bem-estar.

 

 

Soube-me bem: O cheiro da terra molhada.

 Foi inspirador: Ouvir o professor António Graça Abreu

 Agradeço: A tranquilidade que novamente me inundou. 

 

 

publicado por descobrirafelicidade às 10:57
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7 comentários:
De Anónimo a 4 de Novembro de 2009 às 23:40
Ena Ena ... Já não estamos tristinhas ... :)
Ainda bem que voltamos a encontrar a harmonia
beijos grandes
Cid
De descobrirafelicidade a 5 de Novembro de 2009 às 09:26
É isso mesmo amiga. Já há harmonia novamente (graças a ti também). Bom ver-te aqui de manhã. Mais uma força para este novo dia. Beijo grande
De Cidália a 5 de Novembro de 2009 às 22:19
;-) beijos
Cid
De Caminhando... a 5 de Novembro de 2009 às 14:00
Olá :)

Bom ver e sentir através da tua escrita que esse coração já está mais calmo e tranquilo!

Beijinhos e um bom resto de dia para ti, Amiga Teresa.
De descobrirafelicidade a 6 de Novembro de 2009 às 20:31
Obrigada Joana. Um fim de semana bom para ti também.
De Marta M a 5 de Novembro de 2009 às 23:01
Teresa:
Gostei de escutar a tua voz e ela "parece-se contigo", como te disse. É vital, tem energia. E deve ser uma energia positiva e integrada, pois pela harmonia interior que habita em ti, evidente pela forma como escreves, consegues ser harmoniosa e serena por dentro, sem perderes a tua energia e a tua vitalidade no dia-a-dia.
Este é um equilíbrio difícil: entre a "luta" e o silêncio..
Não está ao alcance de todos.
Do post destaco: "o absoluto transforma-se em relativo" - Às vezes isto é um bocado assustador, não é? Mas verdadeiro...
Abraço chuvoso
De descobrirafelicidade a 6 de Novembro de 2009 às 20:48
Marta
Creio que me ouviste mais com o coração... Muito obrigada pelas tuas palavras que me sabem sempre tão bem. Quanto à tua voz, embora te tenha dito que não a imaginava bem assim, agora já não sei como a imaginava porque já não te consigo ver com outra! O que mais senti nela foi essa tua suavidade no ser.
Quanto ao absoluto que se transforma em relativo é mesmo uma grande verdade. Aquilo que, em determinadas alturas nos parece definitivo e com um peso imenso ... Acabamos por ver, mais tarde, que não era nem tão definitivo, nem sequer tinha a tal importância que lhe atribuíamos. Acho este texto do Padre António Vieira tão bonito que não me canso de o reler. Um abraço de bom fim de semana

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