“Eu não sou mestre do mundo, mas sou, pelo menos, mestre da representação que tenho dele.”
Michel Lacroix
O optimismo é, em grande parte, fruto de um trabalho sobre nós próprios. Mesmo que a pessoa não tenha uma história de optimismo, geneticamente determinada, pode desenvolver essa força interior em qualquer momento da vida. Cultivar o lado bom das coisas, saborear os pequenos nadas… Ou seja, podemos aprender e treinar o optimismo. Podemos construi-lo, portanto.
Não me refiro a um optimismo irrealista que vê tudo cor-de-rosa. Refiro-me à construção de um estado de espírito inteligentemente positivo em que se vêem as dificuldades, mas se procuram as soluções. É sabido que às vezes, por mais que nos esforcemos e empenhemos, as coisas não resultam como desejaríamos. É justamente aqui que o optimismo se revela: Recomeçamos, perseveramos. Vemos oportunidades de aprendizagem nas dificuldades. Face a um problema, agimos para tentar resolve-lo e descobrimos o seu lado positivo.
O optimismo é uma atitude de confiança na existência. Não se limita a uma atitude mental (confiança no futuro). Traduz-se também em estratégias que se adaptam à resolução de problemas. É de pensamento e acção. Face ao incerto, parte-se do princípio que há uma saída favorável e age-se para facilitá-la.
Vivemos num mundo muito crítico que tem quase sempre a dizer mais mal que bem. Há tendência para reparar mais nos erros do que nos acertos; nos fracassos do que nos sucessos. Raramente nos debruçamos sobre o bom e positivo da vida, pouco partilhamos as vitórias. É justamente contra esta tentação para o negativismo que devemos lutar, cultivando o lado bom da existência, valorizando as oportunidades de felicidade, abrindo os olhos para todos os momentos de bem-estar.
Soube-me bem: Ver a apresentação dos trabalhos dos meus alunos no âmbito da publicidade.
Foi inspirador: O dia de hoje. Passei da Primavera de uma geração, com toda aquela criatividade e energia, para o Outono/Inverno de outra, com aquele sorriso tranquilo perante a existência, quando saí das minhas aulas para assistir à sessão de abertura do novo ano lectivo na "Nova Atena". Foi inspirador sentir que a "estruturação do tecido social" é possível.
Agradeço: "O futuro com passado."

De
Marta M a 14 de Outubro de 2009 às 21:09
Teresa:
Se me permites, atingiste aqui um nível de excelência neste post !
Apesar de conhecer (agora ainda mais..) a tua capacidade de colocar em palavras sentimentos e intuições amadurecidas, reconheço que gostei muito especialmente deste texto e ele fez todo o sentido para mim.
Ligar o optimismo ao "hoje", à razão e, principalmente à acção, parece-me de uma inteligência emocional superior.
Sem favor.
Abraço
Marta M
Marta
Muito obrigada pelas tuas palavras, mas o mérito não é meu, ou se tenho algum, diz respeito às numerosas leituras que fiz sobre este tema. Esta ligação do optimismo à acção é feita, sobretudo, pelo Christophe André, no seu livro "Vivre Heureux", e limitei-me a transmiti-la porque também a acho muito feliz. E fizeste-me feliz em saber que ela faz todo o sentido para ti. Um abraço e bom resto de semana
De Anónimo a 15 de Outubro de 2009 às 18:19
Teresa: O teu texto fez-me completar a minha noção de criatividade. Sempre senti que ser criativo era resolver problemas de uma forma harmoniosa, pessoal e eficaz, fosse para colmatar uma dor de alma ou o pingar de uma torneira e por aí fora. Depois de te ler, acrescento que ser criativo é ser optimista. Nunca tinha visto a mesma atitude do ponto de vista do optimismo. Talvez porque como diz a nossa amiga Rita, sempre me ter considerado uma pessoa muito pessimista. Estava enganada...
Hoje foi bom conhecer a Nucha e partilhar ideias, o que na linha da risota do eu partilho, tu partilhas, agora me faz lembrar cerejas...e já, já já, Pablo Neruda e...antes que comece a evadir-me, o que é excelente nestes fins de dia: obrigada. Alexandra
De
Nucha a 15 de Outubro de 2009 às 19:42
Teresa e Alexandra,
Não posso deixar de sorrir ao ler este comentário. E sem ser a propósito do texto, sempre belíssimo da Teresa...venho dizer-vos (extensivo à Rita) que foi fantástico perceber que há muita gente boa, interessante, séria, corajosa, verdadeira, estimulante...enfim, gente a sério!Foi muito bem ter-vos conhecido.E é entre gargalhadas e coisas sérias que muita coisa nasce!
Beijinhos.
Nucha
Nucha
Faço minhas as tuas palavras: É mesmo bom sentir que há
"gente boa, interessante, séria, corajosa, verdadeira, estimulante...enfim, gente a sério." Não encontro melhores para descrever o que senti hoje ao conhecer-te. Um abraço grande
Alexandra
Também nunca tinha pensado na criatividade nesses termos. E faz todo o sentido, sim. Que bom ver que reconheces, cada dia que passa, que afinal, não és assim tão pessimista... Adoro ver-te por aqui. Sabe-me mesmo bem ler as tuas palavras. Abraço amigo
Olá Amiga Teresa :)
Mais um belissimo post que aqui nos deixas!!
Penso que esse é o grande problema/entrave à felicidade de muita gente: não dar valor às coisas que possui agora: as pessoas com as quais convive, o trabalho que tem, etc. Quere-se sempre mais e mais, fazendo com que, esta onda de constante insatisfação faça com que o optimismo e a alegria de viver não surjam.
Penso que para que consigamos ser optimistas temos de encontrar uma certa paz interior para que consigamos sentir, ouvir, cheirar, e no fundo valorizar tudo o que nos rodeia, tornando-nos assim agradecidos e, optimistas relativamente ao que poderá vir!
Para que sejamos optimistas temos de ter o coração um pouco confortado pois, de coração vazio é um pouco dificil o sorriso aparecer (acredito e julgo eu!)
Um abraço carinhoso e com votos de um optimo fim de semana!
Joana
Tão bonito isto que disseste: "Para que sejamos optimistas temos de ter o coração um pouco confortado pois, de coração vazio é um pouco dificil o sorriso aparecer. " Esta capacidade que mostras em apreciar tudo o que te rodeia deixa um sorriso no meu coração e as palavras que me deixas um grande conforto na alma. Um abraço afectuoso para ti
Olá :)
Antes de mais, peço imensa desculpa pela "calinada" que dei ao escrever: "Quer-se" era o que queria escrever!!
Quero agradecer-te pelas palavras e dizer-te que, ao ler o teu post, deste-me a vontade de escrever sobre este mesmo tema no meu cantinho :) Obrigada.
Um abraço grande!
Joana
Não tinha reparado na "calinada" e não tinha importância nenhuma, mas entendo a tua preocupação porque também fico danada quando, nas pressas e sem a atenção devida, me saem destas. Vou fazer-te uma visita.
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