“O Butão tem praticado aquilo que outros países precisam cumprir. Precisamos estender o conceito de Produto Interno Bruto para Felicidade Interna Bruta. Nós, do Banco Mundial, estamos a aprender muito com o Butão”.
Graeme Wheeler
A ideia subjacente ao FIB – indicador de bem-estar que nasceu no Butão e chamou a atenção de muitos governantes e teóricos – é a de que o fluxo monetário não deverá ser a única forma de medir o progresso das nações. O verdadeiro desenvolvimento de uma sociedade está alicerçado em quatro pilares, a saber: O desenvolvimento socioeconómico equitativo, a preservação e promoção da cultura, a conservação do meio ambiente e bons critérios de governo.
“A ideia do FIB é incorporar a felicidade - medida por critérios técnicos em questionários de até 150 perguntas - aos índices de desenvolvimento de uma cidade, Estado ou país”, explica a psicóloga e antropóloga Susan Andrews, organizadora da 1ª Conferência Nacional sobre FIB. Para medir o FIB, a percepção dos cidadãos em relação à sua felicidade é analisada em nove dimensões: padrão de vida económica, critérios de governo, educação de qualidade, saúde, vitalidade comunitária, protecção ambiental, acesso à cultura, gestão equilibrada do tempo e bem-estar psicológico.
“O FIB situa a felicidade como pivô do desenvolvimento, em oposição ao PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma das transacções económicas de uma nação), que falha por não contabilizar os custos ambientais e inclui formas de crescimento económico prejudiciais ao bem-estar da sociedade, como o corte de árvores”, afirma a psicóloga.
Num mundo de aceleradas rupturas ecológicas, sociais e psicológicas, talvez o Butão, com sua sabedoria dos Himalaias, tenha algo a nos ensinar. Apesar da subjectividade na medição de felicidade o FIB poderá levar-nos a desenvolver melhores métricas e a completar indicadores como o PIB e o IDH. Que possamos alcançar a prosperidade em harmonia com o planeta e com os nossos semelhantes.