Domingo, 21 de Fevereiro de 2010

Método de benevolência

“Um homem benevolente ajuda os outros a alcançarem o que desejam com o mesmo empenho com que o faz para si próprio, e leva-os tão longe quanto ele próprio. A capacidade de tomar, como analogia, aquilo que está ao nosso alcance pode ser chamada de método de benevolência.”                                                                       Confúcio

               

“O ren é amar os outros.” Ren é uma das grandes ideias de Confúcio ilustrativa da sua concepção humanista do homem; é a atitude de despojamento do ser humano que vence o seu egocentrismo e coloca em primeiro plano a justiça e felicidade de todos.

Se desejamos crescer, elevar-nos, deveremos pensar simultaneamente em como ajudar os outros a crescer também. Só podemos crescer numa interligação com o outro, numa interpenetração de afectos, numa relação de reciprocidade.

 

Yu Dan ilustra esta concepção com a versão de uma história sobre “um rei que passava cada um dos seus dias a reflectir sobre três questões fundamentais: Quem é a pessoa mais importante do mundo? Qual é a coisa mais importante? Quando é o momento mais importante para se agir?

                O rei colocou estas questões à sua corte e aos seus ministros, mas ninguém conseguiu dar-lhe uma resposta.

                Então, o rei saiu vestido como um homem comum e dirigiu-se a um lugar remoto onde encontrou abrigo para passar a noite na casa de um velho.

                A meio da noite, acordou sobressaltado com um barulho que vinha da rua e viu um homem coberto de sangue entrar a correr na casa do velho.

                Este homem disse: “Vêm homens atrás de mim para me prender!” O velho respondeu: “Nesse caso abriga-te aqui durante um bocado” e foi arranjar-lhe um sítio para ele se esconder.

                O rei sentia-se demasiado assustado para conseguir dormir e, pouco tempo depois, viu aparecerem alguns soldados a correr na peugada do fugitivo. Os soldados perguntaram ao velho se ele tinha visto alguém passar por ali. O velho respondeu-lhes que não sabia de nada.

                Os soldados foram-se embora. O homem que se tinha escondido proferiu algumas palavras de gratidão e foi-se embora. O velho fechou a porta e voltou para a cama.

No dia seguinte, o rei perguntou ao velho: “Porque não receou trazer aquele homem para dentro de casa? Não teve medo de se estar a meter em sarilhos? Podia ter-lhe custado a própria vida! E depois deixou-o ir assim, sem mais nem menos. Porque não lhe perguntou quem era?”

                O velho respondeu calmamente: “Neste mundo, a pessoa mais importante é aquela que se encontra diante de nós e que está a precisar da nossa ajuda; a coisa mais importante é ajudar quem precisa e o momento mais importante é este preciso instante, não podemos atrasar a ajuda, nem por um instante que seja.”

               

             Soube-me bem: Ver as pinturas de Gao Xingjiang neste vídeo:

              Agradeço: O mimo que recebi na sexta-feira de uma amiga querida e que deu alento ao meu dia.

     PROPONHO PARA REFLEXÃO:

    O que leva de positivo àqueles que lhe são próximos?

    O que o/a faz sentir vivo/a?

publicado por descobrirafelicidade às 11:22
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De solnocoracao a 22 de Fevereiro de 2010 às 19:30
Querida Teresa,
que bom ler o seu blog!
Percebo tão bem o que aqui deixou. A ajuda incondicional (ajudar sempre e não se...) e nunca adiada.
Beijo imenso cheio de ternura.
Teresinha
De descobrirafelicidade a 23 de Fevereiro de 2010 às 19:50
É mesmo isso Teresinha: "A ajuda incondicional e nunca adiada." Nem sempre é fácil. Creio que é mesmo muito difícil, às vezes, mas é o caminho. Beijinho grande para si também
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