Acabei de abrir a caixa do correio e vi o boletim informativo dos "Leigos para o desenvolvimento". Nele, um testemunho de uma voluntária na Missão de Água Izé em S.Tomé, onde vivi uma boa parte da minha infância. Não posso deixar de transcrever uma parte do mesmo (apesar de estar com muito pouco tempo para este meu post):
“Qual é o sentido da vida? O que nos faz correr? São perguntas que me ocorrem com frequência. E acredito que sejam perguntas que todos se colocam, pelo menos uma vez na vida.
Eu, ao tentar dar respostas, fui percebendo que o sentido da vida é tão simples e ao mesmo tempo exigente. Mas também percebo que só essa exigência a torna tão bela. Percebi que respostas estruturadas e filosoficamente fundamentadas não me satisfaziam. Descobri que as minhas opções diárias, os meus gestos e os meus compromissos eram a resposta. Fui revelando a mim mesma que a felicidade estava nos momentos em que genuinamente ia ao encontro dos outros e simplesmente estava, ficava, só ficava!”
Carmo Fernandes
Termino com as palavras de Anselmo Borges:
“Sentido tem a ver com caminho, viagem e direcção - nas estradas, por exemplo, encontramos placas em seta a indicar o caminho e a direcção para alcançar uma meta, um objectivo, um destino. Qual é então o caminho e o sentido da existência humana? O que move a minha vida?
O famoso psiquiatra Viktor Frankl verificou que nos campos de concentração sobreviviam mais aqueles que ainda tinham um sentido para a existência: reencontrar a família, realizar uma obra, lutar para que nunca mais acontecesse o intolerável. O que significa que o sentido não está em nós, mas fora. Se estivesse em nós, não se colocaria a questão, pois estaria sempre presente. O sentido está no encontro com o mundo e com os outros: é saindo de si que o Homem vem a si. Dá um exemplo: quando se começa a ver pequenas manchas à frente do olho, é bom ir ao médico, pois está doente: o olho é intencional, isto é, não foi feito para se ver a si mesmo, mas o que não é ele. Paradoxalmente, só saindo de si é que o Homem encontra sentido. É o amor que dá sentido. Por isso, sente a vida como tendo sentido quem vê a sua existência reconhecida. A nossa vida não tem sentido, quando não vale para ninguém.”
Soube-me bem: Passear no jardim do Palácio dos Aciprestes.
Foi inspirador: Ler o testemunho de Carmo Fernandes.
Agradeço: Todas as manifestações de amizade que tenho tido ultimamente.