Domingo, 9 de Maio de 2010

Recursos emocionais renováveis

“Sê feliz durante um instante

Esse instante é a tua vida”

Omar Khayyam

 

“Tenta cada dia ter mais emoções positivas que negativas e converter-te-ás num ser humano melhor.”

Dalai Lama

 

A escassez constitui o principal problema económico. Os recursos naturais são escassos, muitos deles não renováveis, enquanto as necessidades individuais e colectivas acompanham o desenvolvimento e são ilimitadas.

O problema fundamental da Economia reside justamente na multiplicidade das nossas necessidades perante a escassez de recursos capaz de as satisfazer.

É necessário realizar escolhas, ponderar as diferentes aplicações alternativas dos recursos e escolher a melhor dessas aplicações. É na gestão eficiente dos recursos escassos que consiste a racionalidade económica.


Estas são palavras que os meus alunos ouvem repetidamente, pois é sobre o problema da escassez que recai, na sua essência, o estudo da Economia: Se os recursos disponíveis não fossem escassos o estudo da Economia não seria necessário.

Também no nosso mundo afectivo existem recursos que têm limites e dependem da forma como os gerimos. “Por exemplo, uma boa gestão dos nossos recursos emocionais levará a que as nossas fontes de energia – as expectativas, a automotivação ou a alegria – sejam energias renováveis e que outras – como a ira, a inveja e o medo – sejam energias recicláveis.

Uma gestão incorrecta, pelo contrário, pode levar a que a ira derive em ressentimento e em ódio e que a energia que esses sentimentos produzem se perca ou seja utilizada para destruir. Os nossos afectos são materiais delicados que não podem ser utilizados de qualquer maneira. De nós depende efectuar a sua gestão inteligente.” (Jaume Saulier, Mª Mercê Conangla)

Existe uma pequena sigla “emocional” que, se aprendermos a gerir o mais cedo possível, nos ajudará a potenciar as emoções positivas, criar um pensamento optimista e criativo. A sigla é: SARD. Diz-nos que os comportamentos S (serenidade, silêncio, sabedoria, sabor, sexo, sonho, sorriso) promovem secreções de serotonina e geram atitudes A (ânimo, amor, apreço, amizade, aproximação). Por outro lado, os comportamentos R (ressentimento, raiva, rancor, recriminação, resistência, repressão) fomentam a secreção de cortisol, uma hormona corrosiva para as células que acelera o envelhecimento e gera atitudes D (depressão, desânimo, desespero, desolação).

Está, em grande parte, nas nossas mãos gerir da melhor forma os nossos recursos emocionais, investir a nossa energia no desenvolvimento do nosso potencial. Uma sugestão, para começarmos, será a de nos centrarmos nas emoções positivas anotando o tempo verdadeiramente vivido, tal como na história que passo a transcrever e que é a minha PROPOSTA DE REFLEXÃO de hoje.

 

“Era uma vez… um homem que andava em peregrinação pelo mundo prestando atenção ao que ia vendo. Um dia chegou à povoação de Kammir. Antes de lá entrar, reparou num pequeno caminho que o chamou à atenção pelo facto de estar coberto de árvores e de flores. Seguiu por ele e foi dar a uma cerca de madeira com uma porta de bronze entreaberta, como se o convidasse a entrar.

O homem transpôs o umbral e começou a caminhar lentamente entre as pedras brancas distribuídas entre as árvores como que ao acaso. Era o cemitério daquele lugar. Baixou-se para olhar uma inscrição e leu: Abdul Tareg viveu 8 anos, 6 meses e 3 dias. O homem sentiu pena da criança que morrera tão jovem e, com curiosidade, foi lendo as lápides que estavam à sua volta. Qual não foi o seu espanto quando se apercebeu de que a pessoa enterrada que vivera mais tempo tinha apenas onze anos. Terrivelmente abatido, sentou-se reflectindo sobre que estranha desgraça poderia ter sido a causa da morte de tantas crianças, quando um velho se dirigiu a ele e lhe perguntou o que se passava.

- O que é que aconteceu nesta povoação? Porque estão tantas crianças enterradas neste local? Que terrível maldição caiu sobre vós?

- Fique tranquilo, bom homem – disse o velho. – Não existe qualquer maldição. O que acontece é que na nossa cultura, quando um jovem faz quinze anos os pais oferecem-lhe um pequeno caderno como o que aqui tenho. A partir dessa idade, cada vez que desfrutamos realmente de algo, ou vivemos um momento especial ou intenso, sentimos amor, paz ou felicidade, anotamos no caderno essa vivência indicando quanto tempo durou. Assim vamos fazendo todos nós e, quando morremos, somam o tempo que vivemos em plenitude de sentido e consciência e anotam na lápide. Este é, meu amigo, o único tempo vivido.”

 



publicado por descobrirafelicidade às 00:04
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