Domingo, 21 de Março de 2010

Pipocas

 

            Não recebemos a sabedoria, temos de a descobrir por nós mesmos, no fim de uma viagem pela floresta que ninguém pode fazer por nós, já que a nossa sabedoria é o ponto de vista através do qual acabaremos por olhar o mundo.”

                                                               Marcel Proust

Na sequência do post anterior lembrei-me de um texto que me foi enviado via email acerca da transformação do milho (duro) em pipoca (macia).

Imaginemos o milho, “fechado dentro da panela, a sentir cada vez mais o ambiente ficar quente e a pensar que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro da sua casca dura, fechado em si mesmo, ele não pode imaginar um destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está a ser preparada. Não imagina aquilo de que é capaz.

Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece e ele aparece como uma outra coisa, completamente diferente: pipoca branca e macia. Podemos comparar-nos ao milho. Também sofremos transformações quando passamos pelo fogo. É a dor. São situações que nunca imaginamos vivenciar.

Pode ser um fogo de fora: um amor que se vai, um filho que adoece gravemente, um emprego perdido, a morte de um amigo, de um irmão.
            Pode ser um fogo de dentro, cuja causa demoramos a descobrir e que nos atormenta um longo período de tempo: medo, ansiedade, depressão, pânico.
            Enquanto estamos a sofrer a acção incómoda do fogo, desejamos ardentemente que ele se apague, a fim de que tenhamos repouso das dores.
            Contudo, sem tal sofrimento não acontecerá a grande transformação.”

Não podemos ensinar a sabedoria directamente aos nossos filhos, mas podemos  encorajá-los a pensar acerca das suas experiências, ajudar a conseguir o equilíbrio em momentos mais difíceis. Se pudéssemos evitar-lhes qualquer tipo de sofrimento fa-lo-íamos, mas devemos lembrar-nos que o sofrimento nos torna, muitas vezes, mais compassivos, mais abertos ao mundo que nos rodeia, mais humanos, mais fortes.

 

Soube-me bem: Ouvir Ive Mendes

Agradeço: A eternidade dos gestos que tocam o coração.

 

            PROPONHO PARA REFLEXÃO

·         Quais os desafios que venceu em diferentes domínios (profissional, amoroso, relacional…)?

·         Qual a prova mais difícil que se lhe deparou? O que aprendeu com ela?

 

 

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publicado por descobrirafelicidade às 00:51
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De Marcolino a 23 de Março de 2010 às 13:00
Olá, Teresa!

Gostei imenso deste seu tema que nos obriga a recuar ao passado em busca daquilo que já passou e nos tenha feito recuar, ou mesmo avançar bem mais seguros!

Na questão dos desafios, confesso que levei sempre uma vida preguiçosa, nunca parado, mas com um ritmo muito meu, para não me cansar em demasia, para poder chegar aos dias de hoje, com os meus 68 anitos, bem mais jovens, do que todos os outros, que me rodeiam, por se terem desejado ultrapassar, vivem uma velhice de queixumes e infelicidades, com um velho gato ao colo, a ver Tv, do acordar até ao deitar...

A prova mais dificil com que me deparei, não por escolha livre, foi, sem dúvida a minha presença forçada, nas fileiras do exército, em Angola, onde nada aprendi, nem de bem nem de mal...! Foi simplesmente uma estúpida perca de tempo em que me vi forçado a interromper o meu curso de medicina, o qual jamais terminei, por trauma de guerra!

Abraço deste seu conterrâneo,

Marcolino
De descobrirafelicidade a 25 de Março de 2010 às 21:48
Marcolino
Reflectirmos sobre as nossas experiências passadas ajuda-nos mesmo a caminhar melhor em direcção ao futuro. Quanto à sua prova mais difícil acredito que ela não terá sido completamente em vão e talvez, um dia, o Marcolino venha a descobrir-lhe algum sentido.
Obrigada pelas palavras que aqui deixou e um bom fim de semana que já se adivinha
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