“Não recebemos a sabedoria, temos de a descobrir por nós mesmos, no fim de uma viagem pela floresta que ninguém pode fazer por nós, já que a nossa sabedoria é o ponto de vista através do qual acabaremos por olhar o mundo.”
Marcel Proust
Na sequência do post anterior lembrei-me de um texto que me foi enviado via email acerca da transformação do milho (duro) em pipoca (macia).
Imaginemos o milho, “fechado dentro da panela, a sentir cada vez mais o ambiente ficar quente e a pensar que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro da sua casca dura, fechado em si mesmo, ele não pode imaginar um destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está a ser preparada. Não imagina aquilo de que é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece e ele aparece como uma outra coisa, completamente diferente: pipoca branca e macia. Podemos comparar-nos ao milho. Também sofremos transformações quando passamos pelo fogo. É a dor. São situações que nunca imaginamos vivenciar.
Pode ser um fogo de fora: um amor que se vai, um filho que adoece gravemente, um emprego perdido, a morte de um amigo, de um irmão.
Pode ser um fogo de dentro, cuja causa demoramos a descobrir e que nos atormenta um longo período de tempo: medo, ansiedade, depressão, pânico.
Enquanto estamos a sofrer a acção incómoda do fogo, desejamos ardentemente que ele se apague, a fim de que tenhamos repouso das dores.
Contudo, sem tal sofrimento não acontecerá a grande transformação.”
Não podemos ensinar a sabedoria directamente aos nossos filhos, mas podemos encorajá-los a pensar acerca das suas experiências, ajudar a conseguir o equilíbrio em momentos mais difíceis. Se pudéssemos evitar-lhes qualquer tipo de sofrimento fa-lo-íamos, mas devemos lembrar-nos que o sofrimento nos torna, muitas vezes, mais compassivos, mais abertos ao mundo que nos rodeia, mais humanos, mais fortes.
Soube-me bem: Ouvir Ive Mendes
Agradeço: A eternidade dos gestos que tocam o coração.
PROPONHO PARA REFLEXÃO
· Quais os desafios que venceu em diferentes domínios (profissional, amoroso, relacional…)?
· Qual a prova mais difícil que se lhe deparou? O que aprendeu com ela?